Omissão intencional de uma ideia subentendida. Pode ser traída pela zeugma.


sexta-feira, 21 de março de 2008

Espaço

Na noite de Lua cheia de Fevereiro sonhei que dava uma aula sobre o Médio Oriente Antigo. Falava sobre os oráculos mesopotâmicos e da capacidade de intervir no real através da magia, pelo que mostrei a caixa onde eram depositadas as previsões anuais. Uma caixa em madeira, sem tampa, muito longa, rectangular, subdividida com tábuas na vertical, sendo que cada divisória correspondia a um ano. A longa história da Humanidade numa caixa organizada por unidades temporais regulares! Reparei, sem grande perplexidade, que algumas divisórias não continham dados - hiatos que supus deverem-se ao facto de nada ter sido descoberto, estudado ou descodificado. 2008 era um dos anos vazios.
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A partir das referências geográficas invertidas no ecrã, tive a imagem do que tinha sonhado há meses: o oriente a oeste do ocidente.
Uma das pontas da linha que definia o trajecto da viagem em tempo real já tinha desaparecido, ensarilhada entre a história e a memória. No tecto do avião, uma longa “caixa” invertida com subdivisões que, por acção da gravidade, estava “limpa”.
Na noite em que trabalhava esta fotografia, sonhei que o ano de 2008 se tinha eclipsado. Não sei precisar mais nada. Tampouco sei em que tempo estava.

Na noite seguinte (ontem), no equinócio da Primavera, ocorreu a maior explosão cósmica alguma vez registada. Pôde ser observada a olho nu e teve lugar a 7,5 milhões anos-luz.

O tempo e a distância sempre relativos…
2008, número tão redondo com casos tão bicudos.

Hoje é noite de Lua cheia! Auuuuuuuuuuuu...
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P.S.: Os conteúdos da Elipse são da minha autoria (excepto quando referido), e devidamente protegidos por tormentas e bolhas de amor.