Omissão intencional de uma ideia subentendida. Pode ser traída pela zeugma.


terça-feira, 26 de agosto de 2008

"Que horas são?", perguntou-me

Tive o reflexo oblíquo de procurar a referência pendurada na parede. O tempo estava tão acelerado que, juro, procurei o ponteiro das horas na ventoinha. No Zé Manel dos Ossos, até a ASAE suspeitar, suga-se o tutano com o maior prazer pelo requinte desbragado.

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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

sonho sonhado


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(…) A casa era muito luminosa, com grandes portadas que davam para um jardim no qual brotava um rio. A composição do quadro exterior era semelhante à de um desenho infantil, com dimensões e perspectivas erradas, com sobreposições e colagens de papéis brilhantes, a relva do verde-relva, o rio de cor muito água. Eu estava a dormir e as minhas pernas esticadas encontravam-se perfeitamente alinhadas com o fluxo do rio. Tinha deixado de me preocupar em ter a cabeça voltada para norte, queria antes orientar-me com os elementos e estava envolvida numa aura de felicidade regeneradora. As cores primárias deram depois lugar às de tom pastel e, quando acordei, tive uma vontade inaugural em banhar-me naquelas águas. Impregnei a pele numa substância mais viscosa que líquida, que escorria pelas costas como grandes gotas, esculpidas como asas de água/ferro-Chafes, impossíveis de sacudir ou elevarem-se. Comentei com a minha mãe que achava estranho nunca antes ter tido desejo de ali mergulhar, nem mesmo interesse em conhecer o nome ou percurso do rio, de modo que, com um dispositivo de navegação, segui o seu eixo, à procura de uma localidade cujo nome reconhecesse. Tive medo de despertar antes de identificar o rio. (…)
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quinta-feira, 14 de agosto de 2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

terça-feira, 12 de agosto de 2008

sábado, 9 de agosto de 2008

Passarinhos, passarões e PPP



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"Il cammino incomincia e il viaggio è già finito"
[Intertítulo do filme de Pier Paolo Pasolini, Uccellacci e Uccellini,1966]

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Eis um excerto desta belíssima obra rodada a 4253 km de Istambul ou a 13257 km de Cuba, com o primeiro encontro de Totò e Ninetto e o intelectual de esquerda (mais tarde devorado).
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Não resisto a outro trecho com tantas referências evidentes e subtis. As alusões ao Partido Comunista Italiano, à conquista do espaço, à China, à fragilidade humana, às comunidades rurais da periferia romana; as portas e as irónicas placas de informação, os planos e o recorte da imagem, a hilariante fuga, os rostos esculpidos, as vozes e as expressões italianas, os apelos do corvo, a implacável dupla… e sempre a música de Morricone, os assobios, as canções, o chilrear, os sons bélicos, bucólicos e urbanos!
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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Cartas sobre o Mare Nostrum #


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Do Mare Nostrum (deles), torno aos nossos mais que mares, aos nossos amores, o Mar da Palha e o Atlântico. E novamente a frase-eco de todas as infâncias portuguesas desde os anos 40, do Alexandre O'Neill, para as campanhas do Instituto de Socorros a Náufragos: "Há mar e mar, há ir e voltar".
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Acerca-te de mim, viajante

A minha foto
P.S.: Os conteúdos da Elipse são da minha autoria (excepto quando referido), e devidamente protegidos por tormentas e bolhas de amor.