Omissão intencional de uma ideia subentendida. Pode ser traída pela zeugma.


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Pas de bras, pas de chocolat

Os brilhos nocturnos não são mais os de luzes em stand-by. Apesar da dor de garganta, dorme bem, entre a via láctea. Sonhou que seres do espaço lhe deixavam pontos luminosos indicando um caminho. Não acorda mais com passos na cabeça nem com o "ainsi font font font deux petites marionnettes, ainsi font font font trois petits tours et puis elles s'en vont". Elle aussi, Titi de Paris, n'est plus là, elle est à BXL. Conhece bem a história, "não há bracinhos, não há bolinhos" mas no plat pays existem outros cuidados paliativos. As bicicletas continuam a rolar e o Requiem de Fauré toca em qualquer aparelhagem pelo que a salvação está garantida.

A Caixa Negra vai acumulando dados (por uma semana houve uma falha no sistema).
As saídas de emergência ganham outro dramatismo numa língua gutural.
Os códigos de linguagem são menos infantis, ainda que o coelhinho poliglota tenha cedido lugar ao do da Páscoa.
Continua a ter de reflectir antes de pôr um ponto final.



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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Deux temps

Salta a pulga da balança, dá um berro até à França, os cavalos a correr, as meninas a aprender, qual será a mais bonita que se irá es-con-der.

Preparo as mãos e os pés para outras andanças. Parto para outras temperaturas, temperos e temperamentos. O tempo discorrerá saborosamente mesmo com cafés detestáveis, mesmo que eu seja maldita. Os Três Gatos ficarão sem água por uma quinzena.
Amanhã verei o tráfego menos compacto e atravessarei as ruas largas em três tempos ainda que me ditem “deux temps”.

A partida é já a preparação da chegada e vice-versa. Qual será a hora local, a velocidade cruzeiro, atravessando a Espanha de regresso a Lisboa? No torna-viagem de Berlim e sobrevoando o espaço aéreo francês, quando o comandante teve de anunciar a hora local, hesitou, informou, corrigiu, gaguejou, confirmou com o co-piloto e pediu desculpa pela incerteza. A hora é indexada à geografia mas a milhares de pés de altitude, pelos vistos, depende do destino. A hora certa não existe; apenas nos electrodomésticos das fadas do lar (12:00 sempre a piscar) ou na publicidade dos relógios cujos ponteiros marcam invariavelmente 10:10 (fixando o V imbatível).
Não sendo fada do lar, parti hoje o meu bule de vidro. A consolação foi a de ter recordado o Mau Vidraceiro*.

As revoluções ficam para os idos de Março; nos de Fevereiro não, apenas o deleite. E sorrio com os onze músculos dos lábios (da boca).
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* "O Mau Vidraceiro" de Charles Baudelaire in O Spleen de Paris, pequenos poemas em prosa
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Constatação


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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

NE

Hai lhénguas que to Is dies se muorren i hai lhénguas que to Is dies renácen.

http://www.bragancanet.pt/dicmirandes/in.html

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Acerca-te de mim, viajante

A minha foto
P.S.: Os conteúdos da Elipse são da minha autoria (excepto quando referido), e devidamente protegidos por tormentas e bolhas de amor.