Omissão intencional de uma ideia subentendida. Pode ser traída pela zeugma.


domingo, 15 de junho de 2008

Rosa dos Ventos

Era o final de tarde clássico de meados de Junho, com as horas esticadas e os azulejos a rivalizarem com os reflexos do rio. Eu rumava para o grande Sul (que não é mais que o Oeste em árabe) e, ao passar de carro por Alfama, vi o Flying Dutch. Ele aguardava alguém à porta de um restaurante, perto da Casa dos Bicos. Estava com um ar jovial, com uma camisa branca do branco exacto que lhe realçava o cabelo claro e o tom dourado da pele. Disse-lhe que estaria fora de Lisboa uns dias e que, com grande pena, não celebraria o Santo António na sua cidade natal, mas se ele cá estivesse quando eu voltasse, iríamos jantar juntos.
Fim da viagem onírica antes da viagem real.
()
()






Demorei-me na Ponta do Medo Grande, recordei e sonhei com os amores de Verão e regressei à Rua do Açúcar. Virei depois para Norte, e lá estava no quartel o nosso jacarandá ainda florido. Se essa árvore se adaptou ao novo clima e foi perdendo a memória genética, tem igualmente o dom de me fazer lembrar de ti, de quando chegaste e de quando partiste. Soubeste ao gosto agridoce e saberás de mim.
()
()
()

Sem comentários:

Acerca-te de mim, viajante

A minha foto
P.S.: Os conteúdos da Elipse são da minha autoria (excepto quando referido), e devidamente protegidos por tormentas e bolhas de amor.