Omissão intencional de uma ideia subentendida. Pode ser traída pela zeugma.


sábado, 26 de janeiro de 2008

→ (…)



Você está aqui, mas não é nenhuma lebre.

Ela percorre o jardim da Gulbenkian onde a nova sinalética tem a direcção (…). Pelos vistos, alguém deu sentido ao lugar incógnito. Dará conta de (…) quando por lá passar? Será um espaço de liberdade, o início de um policial, o cenário de uma história infantil?
Segue pelas placas de cimento ordenadas geometricamente, animada pelo mistério e pela falsa tranquilidade que a natureza tem para anunciar que algo está para acontecer. Desconhece as lendas do norte da Europa, mas o piar dos pássaros no dédalo de buchos e o rumor dos riachos artificiais convidam-na a prosseguir. No entanto, as grandes janelas que se rasgam no edifício orgânico inibem-na, fazem-na pensar que está a ser observada, para lá da sombra, para lá do vidro. Continua na expectativa de se encontrar em (…), de identificar (…) e dizer “Ah! Só podia ser (…)”.

Finalmente, depois de dar a volta pelo caminho definido e procurando de novo a seta para (…) dá por si no local de partida.





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P.S.: Os conteúdos da Elipse são da minha autoria (excepto quando referido), e devidamente protegidos por tormentas e bolhas de amor.